terça-feira, 21 de dezembro de 2010

WikiLeaks revela pressão dos EUA para que Justiça brasileira liberasse pilotos do Legacy

Redação SRZD
De acordo com documento secreto americano divulgado pelo site WikiLeaks, diplomatas brasileiros ajudaram na liberação dos dois pilotos americanos do Legacy, Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, que colidiram a aeronave contra o Boeing da Gol em 2006, matando 154 pessoas.

O jornal "O Globo" teve acesso a nove telegramas enviados dos Estados Unidos à diplomatas brasileiros, pedindo para que eles pressionassem os juízes que julgariam o caso e liberassem os dois pilotos para voltarem ao seu país.

Em um telegrama enviado no dia 17 de novembro de 2006, Phillip Chicola, conselheiro da embaixada americana repassa para o diretor do Departamento de Comunidades Brasileiras no Exterior, o embaixador Manoel Gomes Pereira, o pedido do cônsul-geral Simon Henshaw, que pede para que seja dito aos juízes do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que os Estados Unidos estão "preocupados" com a situação dos pilotos.

"O embaixador Pereira disse que ele levaria nossas preocupações à Corte que analisa o pedido dos pilotos para deixar o Brasil. Ele disse que faria isso oralmente, pois temia que uma comunicação formal por escrito gerasse uma reação contra os pilotos", disse Chicola.

Chicola envia outro telegrama uma semana depois, avisando que o brasileiro mandou o recado, mas que pediu para que os americanos não insistissem, pois poderia prejudicar os pilotos.

"O embaixador Manoel Gomes Pereira ligou para dizer que ele tinha feito contato com dois dos juízes que analisam o recurso dos pilotos, falando de nossa preocupação. Ele alertou que nenhuma outra ação deveria ser feita até a decisão, já que os juízes não gostam de pressões externas."

Quando houve a troca de telegramas, as investigações já haviam descoberto, portanto era de conhecimento da população, que  Paladino e Lepore trafegavam no espaço aéreo brasileiro com o transponder (aparelho que sinaliza aproximação perigosa entre duas aeronaves) desligado, além de voarem em altitude incorreta em relação ao plano de voo.

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