Nesta terça-feira, a ONU informou que o reator 2 pode estar danificado
FOLHA ONLINE
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Foto: divulgação |
Um novo incêndio atingiu nesta terça-feira o reator 4 do complexo nuclear de Fukushima, um dia depois de uma explosão provocar um primeiro incêndio e danificar o teto do prédio que abriga o reator, informou a imprensa japonesa.
Mais cedo nesta terça-feira, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), da ONU, informou que a câmara de contenção primária do reator nuclear 2 do complexo pode estar danificada.
O governo japonês avisou que a crise da usina nuclear provocou escape de radiação que poderia afetar a saúde e recomendou aos moradores que vivem num raio de até 30 quilômetros de distância que fiquem em suas casas, desliguem os sistemas de ventilação e fechem as janelas.
A radiação em torno da usina aumenta desde sábado (12), quando uma falha no sistema de refrigeração forçou a liberação de vapor radioativo de forma controlada, mas os crescentes problemas nos reatores criam incertezas.
Na província de Ibaraki, ao lado de Fukushima, em um determinado momento a radiação era de 5 microsievert (msv) por hora, cem vezes mais que o habitual. Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), uma pessoa fica em média exposta à radiação de aproximadamente 2,4 msv por ano devido a fontes naturais.
A capital Tóquio, que fica a 240 km de Fukushima, registrou uma pequena elevação nos níveis de radiação. O aumento, contudo, não é suficiente para ameaçar os 39 milhões de moradores da capital e seus arredores.
"A quantidade é extremamente pequena, e não levanta preocupações com a saúde. Isso não vai nos afetar", diz Takayuki Fujiki, funcionário do governo de Tóquio.
A Kyodo diz que o nível de radiação elevou-se a nove vezes acima do normal em Kanagawa, perto de Tóquio, mas os níveis já haviam caído na noite desta terça-feira (manhã em Brasília).
Mais perto do complexo nuclear, as ruas da cidade costeira de Soma estavam vazias, enquanto alguns moradores permanecem trancados em suas casas.
BRASILEIROS
O consulado do Brasil em Tóquio iniciou na terça-feira uma operação para retirar brasileiros que estão na região da usina nuclear de Fukushima Daiichi, que liberou uma nuvem de baixa radiação após explosões provocadas pelo terremoto de sexta-feira (11), informou o Itaramaty.
Foram disponibilizados dois ônibus com capacidade para 48 pessoas cada, o que seria "mais do que suficiente" para o resgate dos brasileiros, disse o Itamaraty, que não soube informar para onde eles seriam levados.
| Wally Santana/AP | |
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Criança é testada para atestar exposição à radiação na região de Fukushima; brasileiros são retirados |
Explosões foram registradas nos edifícios que abrigam reatores da usina Fukushima Daiichi na terça-feira (horário local), após dias de esforços para resfriá-los. O acidente, causado pelo forte terremoto de magnitude 9 e tsunami de sexta-feira, é o mais grave desde o ocorrido em Tchernobil, na Ucrânia, em 1986.
O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, pediu para que moradores num raio de 30 quilômetros da instalação nuclear ficassem em suas casas para evitar o risco de contaminação.
O número de mortos na tragédia deve superar 10 mil. Não há confirmação sobre brasileiros entre os mortos e feridos mas, segundo o Itamaraty, vários deles ainda não foram localizados por familiares.
No Japão, vivem cerca de 254 mil brasileiros, mas apenas cerca de 780 residiam na área atingida pelo terremoto seguido de tsunami.
| Editoria de Arte/Folhapress | |
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