E quem esta fora da faixa de três a dez salários, como fica.
Luciana Rebouças | Redação CORREIO
luciana.reboucas@redebahia.com.br
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Quem sonha com a casa própria tem mais uma boa notícia: a entrada do Banco do Brasil (BB) no programa habitacional do governo federal Minha Casa Minha Vida. A diretoria nacional do BB esteve na quinta-feira à noite, em Salvador, para apresentar à Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA) diversos programas de financiamento, entre eles a incorporação do BB ao programa do governo. O atendimento do Minha Casa Minha Vida pelo banco será destinado às famílias com renda entre três e dez salários mínimos.
A grande vantagem observada pelos empresários é o maior número de agências do BB no interior da Bahia. Outra questão é que, uma vez quebrado o monopólio da Caixa Econômica na oferta de crédito para o programa, os consumidores poderão optar pelo banco que oferecer melhor atendimento, já que as regras não devem variar. Segundo Edson Cardozo, superintendente estadual do BB na Bahia, o crédito para o Minha Casa estará disponível em todas as agências no início do segundo semestre.
“Estamos na fase em que o BB está colhendo projetos junto às incorporadoras baianas”, revela Cardozo. O encontro com a Ademi-BA teve esta finalidade: fortalecer a ligação do BB com o segmento imobiliário. Para José Henrique Silva, gerente executivo da Diretoria de Empréstimos e Financiamentos do BB, não faltarão recursos financeiros para ampliar o crédito imobiliário, considerando também outros clientes fora desta faixa de renda. “O Minha Casa Minha Vida é abrangente, principalmente em função dos recursos que são do FGTS”, diz Silva.
Expectativa
Por ser novo neste segmento do mercado, já que o Banco do Brasil só está há três anos atuando no crédito imobiliário, a intenção da instituição é dobrar a carteira. “A gente fez isto em 2010 e a expectativa é que nos próximos dois anos brigaremos com o segundo e o terceiro lugares pelo desembolso de capital”, afirma o gerente. Hoje, o Banco do Brasil está em quinto lugar.
Cardozo ainda acrescenta que são boas as expectativas com o Salão Imobiliário da Bahia, promovido pela Ademi-BA, com data marcada para 31 de agosto. “Penso que este ano temos que bater todos os recordes. Nós não tínhamos o Minha Casa Minha Vida no ano passado”, justifica.
Para Cláudio Cunha, vice-presidente da Ademi, a importância da parceria com o BB se traduz pela “segurança e solidez que os clientes terão”. Cunha ainda reforça que, como o Banco do Brasil entrou recentemente no crédito imobiliário, ainda há muito recurso para ser disponibilizado.
Procurada pelo CORREIO, a assessoria de imprensa da Caixa Econômica informou que não tem como repercutir a entrada do Banco do Brasil no mercado, porque ainda não foi formalizada esta participação. Isso porque não há expectativa de qual será a parcela de participação do BB no programa.
Negócios As construtoras já sinalizam interesse em trabalhar em parceria com o Banco do Brasil. Segundo Rodrigo Dratovsky, diretor-geral da construtora Via Célere no Brasil, este ano a meta da empresa é lançar mil unidades no Minha Casa, sendo que 310 já foram lançadas no Feirão da Caixa, através do programa Meu Apê.
“Para o relacionamento comercial é importante que a gente tenha mais de um fornecedor. É interessante para o mercado como um todo”, analisa Dratovsky. Para ele, o que vai ser mais importante nesta expansão é a qualidade do serviço que será oferecido pelas duas instituições. “E vai desafogar a Caixa”.
Já para Carlos Henrique Passos, diretor de habitação do Sindicato da Indústria da Construção na Bahia, a entrada do BB é fundamental por trazer uma ampla carteira de clientes, ou seja, potenciais compradores que encontrarão mais facilidade para conseguir o crédito com a instituição bancária. “Os bancos privilegiam quem eles já conhecem e isto vai facilitar a obtenção do crédito”.