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Após longa trajetória dedicada à banda Calcinha Preta e depois de um ano no projeto Gigantes do Brasil, as cantoras Silvânia e Paulinha decidiram entrar na onda das mulheres que se arriscam em entoar seus versos, na busca por representatividade e autonomia no discurso, e partiram para carreira em dupla. Em entrevista para o Bahia Notícias, a sergipana Paulinha deixa explícito que a onda do chamado “Feminejo” - músicas sertanejas que trazem mensagens de empoderamento feminino - foi primordial para essa decisão. “É um projeto audacioso. Aproveitamos esse momento e trouxemos o ‘forrónejo’, pois não podemos fugir das nossas raízes. Do forró”, iniciou. Em seguida, reconheceu que 2016 foi um ano em que os anseios e dúvidas do mundo feminino tiveram espaço para discussão na música. “A mulherada está dando a cara para bater. Na verdade, tivemos mais espaço para mostrar aquilo que muitas de nós passam. Antes, era só o homem falando de bebida, mulherada, e nós não desabafávamos”, lembrou. Ela explica também que diante de iniciativas de artistas como Maiara e Maraísa, Simone e Simaria, Marília Mendonça e Naiara Azevedo, Silvânia entendeu o momento, virou pra ela e disse: “’E aí, abelhinha? Vamos?’" "E eu disse: ‘Bora. A hora é agora’”, confessou aos risos.
Com esse discurso de liberdade e poder, elas retornam à Bahia nesta sexta-feira (13), na festa "Farra das Divas", no Armazém Hall, ao lado da cantora Joelma. Durante o papo, Paulinha não descartou a possibilidade de parceria com a ex-cantora do Calypso. “Amo a Joelma. Somos fãs dela. A gente está planejando conversar sobre esse assunto amanhã e ver uma música para fazermos juntas”, adiantou, antes de falar sobre a felicidade de tocar outra vez para o público baiano. “Aqui é como se fosse a segunda casa. Nosso primeiro DVD no Calcinha Preta teve mais de 100 mil pagantes, no Parque de Exposições. É uma relação muito bonita de amor, cumplicidade e carinho. É muito gratificante”, agradeceu. Enquanto dupla, essa será a segunda vez que se apresentam na região metropolitana de Salvador e, ao ser questionada sobre a diferença de comandar um show sem o Calcinha Preta, em que permaneceu por 12 anos, pontuou: “A minha sintonia com Silvânia permaneceu, mas agora temos mais liberdade. Quando passamos a ser donas é engrandecedor. Você define o que quer cantar e em qual evento. No Gigantes já tínhamos essa liberdade. Já no Calcinha era funcionária”. “Tudo é um ciclo, né? Sentimos saudade. Não foi uma história qualquer. Entre idas e vindas, fiquei muitos anos. É uma história de amor. Temos uma relação muito bonita com a banda”, firmou. Por isso, aos fãs que pedem por músicas da época do conjunto, podem ficar tranquilos, pois o show terá um momento dedicado ao passado. “Não podemos não cantar. Então, temos o nosso bloco de ‘Calcinha’. A música 'Baby Doll', por exemplo, o meu público gay ama e eu amo os gays. Devo ter sido gay na outra vida”, apostou aos risos. Além da dupla e Joelma, o evento contará com a ex-“The Voice Brasil”, Jeanne Lima, que trará o show baseado no seu primeiro CD em carreira solo. Os ingressos custam entre R$ 40 e R$ 80.