Do G1, em São Paulo
Exames de DNA comprovaram que pescador é pai
dos 'filhos-netos' (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
dos 'filhos-netos' (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Foi condenado a 63 anos de prisão o pescador e lavrador José Agostinho Bispo Pereira, acusado de ter abusado sexualmente de suas duas filhas no interior do Maranhão. O julgamento foi conduzido pelo juiz Anderson Sobral de Azevedo, da 1ª Vara da Comarca de Pinheiro (MA).
Segundo o Tribunal de Justiça do estado, a condenação aconteceu no dia 16 de dezembro. Como se trata de decisão em primeira instância, cabe recurso ao réu, que está preso em Pinheiro.
A delegada da cidade, Laura Barbosa, informou que ele recebeu duas vezes a pena de 14 anos pelo estupro de cada uma das filhas, e duas vezes a pena de 17 anos e seis meses pelo abuso de duas filhas-netas, totalizando os 63 anos.
A delegada acredita que o réu, que atualmente tem 55 anos, deve cumprir pelos menos 20 anos em reclusão.
Entenda o caso
O pescador foi preso no dia 8 de junho por manter a filha de 28 anos em cárcere privado, em uma casa de dois cômodos no povoado de Extremo, em Pinheiro (MA). No local, só é possível chegar usando canoas. O caso foi descoberto após denúncia anônima feita durante uma passeata contra a pedofilia, na capital maranhense, no fim de maio deste ano.
Exames de DNA comprovaram que Pereira é pai de sete "filhos-netos" que teve com a filha de 28 anos. A delegada Laura Melo Barbosa informou que o pescador ainda é pai do filho da filha mais velha, de 31 anos.
Todas as crianças estavam com cabelo repleto de piolhos quando foram encontradas e apresentaram sinais de desnutrição. Uma delas é portadora de deficiência auditiva e nunca havia tido acompanhamento médico.
Segundo a delegada Laura Melo Barbosa, ele responde pelos crimes de estupro de vulnerável, abandono material, abandono intelectual, maus-tratos e cárcere privado.
De acordo com a investigação, o pescador estuprou uma das duas "filhas-netas". A vítima, de 5 anos, teve rompimento parcial do hímen, laceração da mucosa genital e apresentava discreto sangramento, segundo laudo pericial. Outra "filha-neta" examinada, de 8 anos, teria dito à polícia que sofreu abuso sexual, mas o laudo não revelou lesões no corpo dela.
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