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Envolto em um rombo de R$ 2,5 bilhões, o Banco PanAmericano teria sido classificado como uma "verdadeira organização criminosa voltada para a prática de crimes contra o sistema financeiro nacional" pela Polícia Federal (PF), segundo o jornal O Estado de S. Paulo deste domingo. A PF teria apurado que a cúpula do braço financeiro do Grupo Sílvio Santos teria participado da arquitetura e execução de uma fraude, seguida do compartilhamento do montante obtido com esta.De acordo com a Polícia, as fraudes nas operações do PanAmericano não foram notadas pelos dirigentes por má fé, justamente para desviarem dinheiro. A destituição de sete diretores da companhia em novembro reforça a tese das autoridades. A PF investiga o Banco PanAmericano em três artigos da lei de crimes contra o sistema financeiro, que incluem os delitos de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, gestão temerária e fraudulenta, falsidade contábil e indução do investidor ao erro, que culminariam no rombo de R$ 2,5 bilhões no caixa da empresa.
Caso
O Banco PanAmericano anunciou em novembro que o Grupo Silvio Santos, seu controlador, iria aportar R$ 2,5 bilhões na instituição para restabelecer o equilíbrio patrimonial e a liquidez, após "inconsistências contábeis" apontadas pelo BC. Um processo administrativo de investigação apura a origem e os responsáveis pelo problema de falta de fundos.
A injeção de recursos no banco foi feita por meio do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que é uma entidade sem fins lucrativos que protege os correntistas, poupadores e investidores. São as instituições financeiras que contribuem com uma porcentagem dos depósitos para a manutenção do FGC - sem recursos públicos.
A holding do Grupo Silvio Santos colocou à disposição empresas como o SBT e a rede de lojas do Baú da Felicidade, entre outras, como garantia pelo empréstimo, que tem prazo de dez anos. Especializado em leasing e financiamento de carros, o PanAmericano teve 49% do capital votante vendido para a Caixa Econômica Federal em dezembro de 2009, por R$ 739,2 milhões. Com autorização do BC, as atividades das lojas e o atendimento ao público continuam sem problemas, segundo a instituição.
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