terça-feira, 23 de novembro de 2010

OMS e governo brasileiro elogiam declaração do papa

Para o Ministério da Saúde, nova posição sobre preservativos pode abrir discussão com grupos católicos


AFP - O Estado de S.Paulo
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde brasileiro elogiaram as declarações do papa Bento XVI que admitem a utilização de preservativos "em algumas situações".
"Saúdo essa posição. Pela primeira vez, a utilização de preservativos em certas circunstâncias é admitida pelo Vaticano. É uma boa notícia e um bom começo", afirmou a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, que apresentava em Berlim o informe anual da organização (mais informações na página A19).
Eduardo Barbosa, diretor adjunto do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, do ministério, disse que a declaração abre espaço para uma maior cooperação entre a pasta e a Pastoral da Aids, ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). "As declarações são muito significativas porque nos permitem abrir uma discussão com grupos católicos que atuam na prevenção da aids", afirmou. "(Bento XVI) permitiu que tenhamos a possibilidade de colocar os preservativos masculinos e femininos nas ações que realizamos com grupos como a Pastoral da Aids."
"Poderemos incluir estes importantes agentes católicos em discussões sobre o sexo fora do casamento, por exemplo, e as possíveis ações sociais de prevenção de doenças: a credibilidade do papa abriu esse espaço", acrescentou Barbosa, que recordou que o Brasil acaba de comprar 1,2 bilhão de preservativos, que serão distribuídos pela rede pública nos próximos dois anos.

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