quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Rapaz que salvou mulher com corda quer se mudar

Um dos rapazes que salvaram uma mulher com uma corda durante enchente no Rio de Janeiro recebeu alta

19/01/2011 - 5:09 - G1

Rapaz que salvou mulher com corda quer se mudar
Daniel Cavalcante machucou o pé ao puxar dona Ilair por uma corda

Um dos rapazes que salvaram uma mulher com uma corda durante enchente em São José do Vale do Rio Preto, no Rio de Janeiro, na quarta-feira (12), recebeu alta após ficar internado para tratar do machucado que teve em um dos pés durante o salvamento. Daniel Lopes Cavalcante, de 22 anos, precisou ser internado na madrugada de domingo (16) devido ao agravamento do ferimento.

Em repouso na casa do tio, Daniel disse que sua família está se mudando do prédio de onde resgatou dona Ilair Pereira de Souza, de 53 anos, com a ajuda do vidraceiro Gilberto Branco Faraco, de 23 anos, e outras pessoas que estavam abrigadas na laje do local.

“Estamos de mudança para outro bairro. Procuramos um lugar mais seguro”, contou Daniel, lembrando dos momentos de tensão vividos no alto do prédio no bairro de Santa Sé, principalmente com o tremor causado pelo choque de uma árvore contra o edifício, após ser arrastada pela correnteza. “É uma lembrança que não queremos ter”, disse.

Mesmo feliz de ter conseguido resgatar uma vizinha, Daniel se entristece ao lembrar que seus tios e sua avó também perderam a casa e todos os pertences. “Minha avó e meus tios perderam tudo. Agora, vamos morar todos juntos por enquanto”, disse o rapaz.

Segundo Daniel, o tio tinha até conseguido salvar alguns pertences no segundo andar da casa durante a enchente. “Mas ele foi buscar abrigo no nosso prédio e quando voltou para casa tinham saqueado, levado tudo, TV, computador, as coisas que ele tinha conseguido salvar”, lamentou o rapaz.

RESGATE
 

No dia 12 de janeiro, quando a chuva forte começou a invadir o prédio em que morava, o jovem foi para a cobertura esperar a enxurrada passar. No local, 15 pessoas estavam reunidas, quando ouviram os gritos de dona Ilair, na casa ao lado do prédio de três andares. “Foi muito tenso. Gilberto teve a ideia da cadeirinha. Tentamos lançar, mas não conseguíamos ver. Só ouvia os gritos”, disse o rapaz.
A cadeira caiu na água e foi arrastada pela correnteza. Foi então que o telhado caiu sobre Ilair. “Bateu mais o desespero. Achei que não tinha outra corda. Achei que ela ia morrer naquela hora. Olhei para o rosto dela. Ela olhou e gritou”, afirmou.

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