Rose conheceu o ex-presidente em 1993 e passou a ser assessora de José Dirceu
DIÁRIO DE S. PAULO
A ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, exonerada no último dia 23 de novembro, frequentemente se apresentava como “namorada de Lula” ao se dirigir a diretores de empresas estatais ou órgãos do governo, segundo informações da revista “Época” desta semana.
De acordo com a revista, em 2005 uma funcionária da Guarda Portuária disse na Codesp (Companhia das Docas do Porto de Santos) que havia sido indicada para o cargo porque era amiga da “namorada do Lula”. O caso chegou à direção do Porto de Santos e a funcionária foi demitida. Segundo um executivo da Codesp, contrariada, Rose ligou para cobrar explicações e reafirmou o que a amiga havia dito: “Eu sou a namorada do Lula”. No Porto, Rose foi responsável pelas indicações de Paulo Vieira e do petista Danilo de Camargo, ligado ao grupo do ex-ministro José Dirceu no PT.
Rose conheceu o ex-presidente em 1993 e passou a trabalhar como assessora de José Dirceu. Em agosto de 1997, uma cena de gentileza explícita de Lula chamou a atenção em um ensaio da escola de samba Mangueira, no Rio, do qual participava a cúpula petista. Servido pelo garçom, Lula se levantou da mesa onde estava para levar uma bandeja de salgados até Rose.
Desde 2003, quando foi nomeada por Lula para trabalhar na Presidência, Rose fez 24 viagens ao exterior na comitiva presidencial. Ela tinha direito a passaporte diplomático. No gabinete da Presidência, Rose foi ganhando cada vez mais espaço. Gostava de ser chamada de “madame”, de dar ordens e de usar coisas que considerava chiques. A ex-bancária, hoje com 57 anos e duas filhas, adorava ostentar poder e arrumava confusão com porteiros e seguranças do prédio do Banco do Brasil, onde ficava o escritório da Presidência.
Ontem, o ex-ministro José Dirceu usou seu blog para dizer que a repercussão da investigação que envolve Rose é uma “Operação Mensalão 2”. Ele também rebateu o ex-presidente Fernando Henrique, que criticou o PT de confundir o público com o privado. Para Dirceu, FH “devia ter o recato e a humildade de se calar e não usar essa questão para fazer crítica a gestão do ex-presidente Lula”.
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