quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Equipe da presidenta Dilma se derrete aos oito meses de governo



Não há registro na história recente de um tal número de baixas no primeiro e segundo escalões da administração pública federal nos primeiros meses de um governo consagrado pelas urnas. A prisão do secretário-executivo do Ministério do Turismo, logo após a demissão do secretário-executivo da Agricultura, da demissão do ministro da Defesa e da ampla limpeza no ministério dos Transportes, completam quarenta dias de turbilhão numa equipe que não tem ainda oito meses de trabalho conjunto.
A anormalidade - que já virou regra - não pode ser encarada como fruto do acaso. Embora sejam diferentes as razões que provocaram baixas ou trocas no time de Dilma Rousseff, tudo leva a crer que existe um fator comum a todas elas: o vício de origem. Ainda está fresca na memória a lembrança do difícil momento de montagem da equipe de governo. A presidente recém-eleita se viu refém do modus operandi da velha política. A festa da vitória foi rapidamente substituída pela frustração de não desfrutar de autonomia de montar a própria equipe.
Dilma resistiu, bateu pé, demarcou áreas que considerava de seu exclusivo arbítrio, mas teve de entregar bem mais do que gostaria. E fez concessões a Lula, ao PT e a uma longa fila de aliados, sem contudo conseguir contentar a todos. Nomes os mais estapafúrdios foram anunciados a conta-gotas, numa espécie de contagem regressiva para a conclusão da árdua tarefa. Ninguém acreditou que Luís Sérgio fosse dar certo na Articulação Política, e não deu mesmo. Por outro lado, ninguém imaginava que Palocci cairia antes do primeiro semestre de governo. E ele caiu.
A permanente instabilidade da equipe de Dilma toma o tempo da presidente, afeta a produtividade do governo, ocupa o noticiário com propaganda negativa e dissemina a idéia de que a corrupção e a impunidade são a regra. Não era para ser assim nos planos da pragmática gerente Dilma Rousseff.
A construção coletiva da equipe de primeiro e de segundo escalões fraqueja como nunca e evidencia que o método foi errado, o loteamento, um desastre, o pouco profissionalismo dos nomeados, quem sabe, venha a ser fatal. Tivesse seguido seu próprio instinto, Dilma talvez teria evitado tudo isso. Se pudesse voltar no tempo, certamente faria diferente.
Fonte Blog da Christina Lemos do R7

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