Mas minha virgindade ainda está em leilão”, afirmando já ter recebido um lance real de R$ 60 mil
Rebeca Bernardo Ribeiro dá explicações sobre a decisão de leiloar a virgindade na internet: “Foi pelo dinheiro mesmo, mas eu queria ajudar minha mãe e garantir um futuro melhor pra gente”. Em Sapeaçu, a 156 quilômetros de Salvador, esse é o mantra que Rebeca Bernardo Ribeiro repete nos últimos dias. Há uma semana, ela postou no site Youtube um vídeo em que oferece sua primeira vez para aquele que resolver coçar o bolso com mais vontade. Para o bem ou para o mal, virou alvo imediato de todos os olhares da cidade de 16,5 mil habitantes.
Após a divulgação do vídeo, a (ainda) moça é obrigada a conviver com zombarias como a das moedas voadoras e incontáveis chacotas. “Já me ofereceram R$ 1,99. Teve um que escreveu que dava cinco centavos e queria o troco. Não tá vendo essas moedas aí? Pelo menos já tenho 50 centavos”, diz Rebeca, vendo graça nas consequências da sua decisão. “Fiquei assustada com toda essa repercussão. Não esperava que fosse assim. Mas minha virgindade ainda está em leilão”, atesta ela, afirmando já ter recebido um lance real de R$ 60 mil, o que acha pouco. “Talvez por esse valor eu aceite, mas espero ainda uma proposta maior. Se valer a pena, eu faço”, completa, optando sempre pelo eufemismo “coisas íntimas” em lugar do popular “sexo”.
Ajuda
Rebeca admite que teve a ideia após a repercussão do caso da catarinense Catarina Migliorini, 20 anos, que leiloou sua virgindade por US$ 780 mil (R$ 1,5 milhão). Entretanto, justifica sua atitude revelando o drama da mãe, uma mulher de 57 anos vitimada duas vezes por Acidente Vascular Cerebral (AVC), a primeira há quatro anos, a segunda há cerca de 2 meses. Numa casa simples de quatro cômodos, as duas se viram com uma pensão de um salário mínimo. No quintal, nada se planta. O espaço é ocupado por 13 galinhas e a coelha Vida.
Rebeca admite que teve a ideia após a repercussão do caso da catarinense Catarina Migliorini, 20 anos, que leiloou sua virgindade por US$ 780 mil (R$ 1,5 milhão). Entretanto, justifica sua atitude revelando o drama da mãe, uma mulher de 57 anos vitimada duas vezes por Acidente Vascular Cerebral (AVC), a primeira há quatro anos, a segunda há cerca de 2 meses. Numa casa simples de quatro cômodos, as duas se viram com uma pensão de um salário mínimo. No quintal, nada se planta. O espaço é ocupado por 13 galinhas e a coelha Vida.
“Preciso comprar remédios pra minha mãe e pagar fisioterapia. Ela precisa de muitas sessões. Ninguém pode me julgar. Eu tomei minha decisão sozinha e pronto”, argumenta a jovem, nascida em Itapecerica da Serra (SP), mas moradora de Sapeaçu desde bebê. Seu pai, com quem nunca teve muito contato, morreu há três anos.
Com dificuldade de locomoção e fala limitada, a mãe de Rebeca não conversou com o CORREIO, mas a garota garantiu que ela está ciente de toda a situação. “Só contei depois que o vídeo estava na internet. Ela não gostou, mas disse que tenho 18 anos e posso fazer o que eu quiser”.
Estudante do 2º Ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Dr. Eliel da Silva Martins, Rebeca conta que desde que o vídeo foi parar na internet perdeu o sossego. Nem precisava contar. A mera saída da lanchonete onde conversava com o CORREIO para entrar no carro causou rebu. O burburinho une velhos, jovens e crianças. Um garoto com seus 8 anos se exalta. “Eu pago, eu pago!”, grita, desvairado.
Vizinhos
No bairro Adelaide Menezes, Rebeca é o assunto da tarde. Inicialmente, apenas vizinhos, cada um na porta de sua casa, esperam ansiosos pela aparição da virgem. Aos poucos, o povaréu vai enchendo a rua, que também se enche de cochichos.
No bairro Adelaide Menezes, Rebeca é o assunto da tarde. Inicialmente, apenas vizinhos, cada um na porta de sua casa, esperam ansiosos pela aparição da virgem. Aos poucos, o povaréu vai enchendo a rua, que também se enche de cochichos.
“Se ela queria ajudar a mãe, podia fazer outra coisa. Isso é safadeza”, comenta uma senhora, sem se identificar. Já Ana Lúcia dos Santos, 43, que mora na casa defronte à da jovem, vê de outra forma. “Primeiro achei errado, mas depois percebi que ela quer ajudar a mãe mesmo. Vejo a dificuldade delas. Tem que respeitar”.
No meio do alvoroço, duas senhoras, também vizinhas de Rebeca, veem toda essa história por um prisma, digamos, mais liberal. “É dela, ela dá pra quem quiser”, opina Cláudia Amorim, 40. “Também acho”, emenda Vera Lúcia da Paixão, 43, para arrematar: “E tem mais. Agora deve ter é um monte arrependida porque deu de graça!”. (Fonte: Correio)
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