domingo, 18 de novembro de 2012

Ex-presidiário vira empresário


Almeida cumpriu 12 anos de pena no 'Urso Branco', em Porto Velho.
Atualmente, o microempreendedor emprega seis pessoas.  


(G1 RO)

Lorizete Almeida virou micro empreendedor após cumprir 12 anos de prisão por tráfico (Foto: Andréia Machado/G1)Lorizete Almeida virou microempreendedor após cumprir 12 anos de prisão por tráfico(Foto: Andréia Machado/G1)
Lorizete Fabiano Almeida cumpriu pena por tráfico de drogas durante 12 anos no Presídio Urso Branco, em Porto Velho. Nos últimos anos de prisão, Almeida começou a pensar no futuro e no que iria fazer quando estivesse em liberdade. Primeiro precisava trabalhar e juntar dinheiro. Dentro da prisão fez faxina e lavou roupas. Com os R$ 3,6 mil que conseguiu economizar, abriu uma pequena loja de presentes e variedades em Vilhena (RO). Atualmente, Almeida tem seis funcionários e já planeja abrir uma filial.
“Eu foquei no trabalho e todo o dinheiro que eu ganhava ia juntando e guardando. Isso me manteve vivo e com esperanças”, conta o ex-presidiário.
Da cadeia, Almeida lembra a angústia de estar sempre entre a vida e a morte. “Sempre acreditei em céu e inferno, mas o inferno estava dentro do presídio, onde não existe paz. A todo o momento eu tinha que ficar alerta porque corria o risco de ser agredido e morto. Fui transferido de Vilhena para o presídio Urso Branco [em Porto Velho] bem na época daquelas rebeliões [2001 e 2002] onde eu vi homens sendo mortos e torturados”, relata.
Ao deixar a cadeia, em 2010, Almeida pensou apenas em recomeçar. Com as economias, comprou algumas mercadorias e montou a ‘Fênix’ que, segundo ele, retrata o ressurgimento após as cinzas da prisão. “Quero uma nova vida, sem crimes, com muito trabalho e sem preconceito das pessoas”, diz.
O ex-presidiário, que trabalhava na informalidade, recorda o dia que recebeu na loja a visita de técnicos do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). “Quando eles chegaram eu fiquei com medo. Pensei que eles iam querer fechar a loja, porque eu ainda não tinha regularizado a situação de alvará. Eles vieram me apresentar o MEI [Micro Empreendedor Individual]. No começo achei que aquilo não era verdade, pois era muito bom”, diz.
Passados dois anos, a loja de Almeida cresceu. Atualmente o microempreendedor emprega seis funcionários. “Quando eu montei a loja, eu só queria mudar de vida não sabia que ia ser tão bom assim, que ia conseguir ir tão longe quanto agora”, avalia Almeida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário