Em um depoimento de cinco horas e cinco minutos no Fórum de Contagem (MG), entre a noite de quarta e a madrugada desta quinta-feira, Macarrão disse que, a mando de Bruno, entregou Eliza Samudio a um homem desconhecido. O ex-goleiro seria, portanto, o responsável pelo desaparecimento da amante.
Segundo sua versão, Macarrão, a mando de Bruno, levou Eliza na EcoSport prata, da mãe do goleiro, até a entrada da Toca Raposa, na Pampulha. Entregou Eliza para uma pessoa desconhecida, que estaria em um Palio preto.
No local, o homem desconhecido teria aberto o carro por trás e Eliza teria descido. A partir deste momento, ele (Macarrão) teria arrancado o carro apavorado e voltado para o sítio desesperado, chorando. Jorge, primo de Bruno, o acompanhava. O bebê de Bruno e Eliza teria ficado no sítio na ocasião.
Macarrão disse ter prevenido Bruno sobre as consequências da ação e o goleiro não demonstrou abatimento. "Fica tranquilo, eu sou pica", teria respondido o ex-flamenguista. O braço-direito do jogador imaginou que teria que assumir a culpa pelo caso e que "a corda arrebenta para o lado mais fraco".
"(Bruno) falou para eu levar a Eliza na Toca da Raposa, deixar lá, que teria alguém esperando por ela lá. Antes disso eu conversei com ele, e disse: 'Bruno, deixa essa menina em paz. Olha, o Jorjão (primo de Bruno), já teve preso". Percebi o clima estranho. 'Bruno, deixa essa menina em paz, eu não sou bandido, não sou vagabundo e não quero entrar dentro do sistema'. Ele falou que era pra deixar com ele que sabia que estava fazendo", relatou Macarrão.
"(Disse para ele) 'Bruno, qualquer coisa que acontecer todo mundo vai colocar a culpa em mim. Eu não sou ninguém, a corda arrebenta para o lado mais fraco. Você sabe que eu não nasci pra isso'. Ele respondeu: 'larga de ser bundão, deixa comigo'", disse o réu.
A juíza perguntou se Macarrão sabia o que Bruno faria com Eliza. O réu respondeu: "pressentia", dando a entender que imaginava que a garota seria assassinada.
Macarrão não teria noção do que acontecia. "Eu quero deixar claro, se eu soubesse que ela tivesse morta, enterrada, jogada na Lagoa do Nado, eu assumiria todo o crime pelo cara que eu considerava meu irmão. Acredito que ele mandou, eu não vi a carta. Eu estava apavorado, com tudo. Bruno disse: 'deixa comigo'. Respondi: 'cara, eu estou te pedindo, por favor, me conta o que está acontecendo'. Ele disse: 'Larga de ser bundão, eu tô falando. Faz o que eu tô mandando'."
"Eu nunca tive plano de nada, eu não sou assassino, nem vagabundo. Eu fui saber que ele tinha trocado nome da criança pela imprensa, eu não sabia, eu não sabia. O Bruno tinha nota fiscal de tudo. Ele sabia de tudo, até o pão de queijo que eu comia pela manhã. Nunca tive nada contra ninguém. Tinham inveja de mim, eu andava com os carros do cara, todos queriam.
Eles sentiam enciumado de situações, como o Bruno me chamar de irmão. Eu nunca fui um cara agressivo. A partir de hoje eles terão contra mim", declarou Macarrão, que negou, ainda, conhecer o ex-policial Bola: "eu não tive nenhum contato com ele antes da penitenciária. Eu não sabia quem era, quem era bola, se era policial, nada", afirmou.
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