Durante o atrito, os guardas usaram spray de pimenta para conter a multidão
Victor Albuquerque | Redação CORREIO
victor.silva@redebahia.com.br
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A reabertura dos trabalhos da Câmara Municipal de Salvador, ontem à tarde, foi marcada por confusão. Impedidos de entrar na Casa para acompanhar a solenidade, sindicalistas, estudantes, servidores e funcionários terceirizados da prefeitura, muitos deles dispensados recentemente, promoveram um protesto que acabou em confronto com a Guarda Municipal.
Durante o atrito, os guardas usaram spray de pimenta para conter a multidão. Enquanto isso, no plenário, o prefeito João Henrique já discursava. Ele chegou cedo ao prédio da Câmara, por volta de 11h, para evitar os manifestantes. No pronunciamento, João ressaltou ações do seu mandato - entre elas, a vinda de eventos como a Stock Car e o Cirque Du Soleil.
Sobre os problemas financeiros enfrentados pelo município, João disse que se trata de uma questão “crônica e histórica”. Segundo ele, desde a “retomada democrática”, em meados dos anos 80, Salvador fecha as contas no vermelho. Para ele, há três problemas que tornam a situação ainda mais complexa:
“Salvador tem o penúltimo PIB per capita entre as capitais, o penúltimo orçamento e a maior densidade demográfica”. Também reclamou da dívida pública. “Até agora pagamos R$ 1 bilhão de dívida, e não pudemos contrair outras ”.
A vereadora Olívia Santana machucou o braço ao tentar separar briga
O prefeito encerrou o discurso sob os gritos de “caloteiro”, entoados pelos poucos manifestantes que conseguiram entrar no plenário. As palavras do prefeito não agradaram a oposição. “Ele não falou dos principais problemas da cidade e pintou uma Salvador cor-de-rosa que não existe”, reclamou Olívia Santana (PCdoB).
Manifestantes se concentraram na porta da Câmara de Vereadores
O líder da oposição na Câmara, Henrique Carballal (PT) se disse preocupado. “Ele ignorou a crise”. Ao fim da cerimônia, mais tumulto. Um guarda municipal agrediu outro manifestante. A pancadaria sobrou até mesmo para Olívia Santana, que machucou o braço ao tentar separar a briga. Do lado de dentro, o prefeito se trancou em uma sala por mais de três horas, aguardando o fim do protesto. Quando os ânimos se acalmaram, saiu por uma porta na lateral, quando havia poucas pessoas na praça.
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