JULIO WIZIACK DE SÃO PAULO
O governo quer que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) crie formas de derrubar o preço cobrado de provedores interessados em alugar infraestrutura (rede) das concessionárias para levar internet aonde as teles não têm interesse comercial.
Atualmente, 74% do país está coberto por empresas de pequeno e médio porte.
Alugando uma "porta de entrada" à central das concessionárias (link), elas passam a fazer a conexão entre seus clientes até essa central -negócio conhecido como "última milha".
No ano passado, a Casa Civil impôs à Anatel que fixasse em R$ 250 o preço máximo cobrado mensalmente por links de 1 Mbps (megabit por segundo), os mais básicos no mercado atacadista, em contratos de um ano.
Hoje, o preço de referência definido pela agência para essa velocidade de transmissão de dados é de R$ 688. Estima-se que esse custo represente até 80% do preço final dos pacotes de internet a consumidores finais.
A "ordem" do governo para baixar esse preço fazia parte de um pacote de medidas para que o PNBL (Plano Nacional de Banda Larga) tivesse êxito, segundo documento a que a Folha teve acesso.
As concessionárias consideraram o preço inaceitável porque não levaria em conta os custos envolvidos.
A meta de R$ 250 caiu com a posse da presidente Dilma Rousseff, mas o governo vai baixar o preço.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, já solicitou às concessionárias que abram seus custos -- uma forma de pressioná-las antes que a Anatel defina as novas regras desse mercado e também os novos valores de referência (mais baixos).
A Folha apurou que Bernardo também quer saber qual o poder de mercado de cada concessionária nas diversas regiões do país para avaliar as chances de haver abusos de preços.
Folha.com
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