Proteção do sistema elétrico na região não é adequada. Interrupções como a do Nordeste podem acontecer a qualquer momento
A região Sudeste consome mais da metade de toda a energia elétrica produzida no país e tem um sistema de proteção contra cortes no fornecimento tão frágil quanto o da região Nordeste, que sofreu um apagão de mais de duas horas na madrugada desta sexta-feira. Todo o sistema de energia elétrica do Brasil é interligado para que, se for necessário, uma região possa suprir a falta de energia em outra.
"Essa interligação é muito importante para o funcionamento do sistema, mas se não houver uma manutenção preventiva adequada sempre haverá um risco de corte prolongado de energia", diz Reinaldo Lopes, professor de Engenharia Elétrica da FEI.
No estado de São Paulo, um problema semelhante no sistema de transmissão poderia acarretar em falta de energia por um período superior a quatro horas a qualquer momento. "A interrupção em uma usina pode gerar um efeito dominó e desligar várias subestações", diz Lopes.
A pane no Nordeste ocorreu em uma das linhas de transmissão da subestação Luiz Gonzaga, que fica na cidade de Jatobá, no sertão de Pernambuco. A interrupção de energia afetou oito estados da região.
"Quando há uma queda assim, o sistema é religado aos poucos. Se fosse feito de uma vez só, a grande quantidade de carga consumida ao mesmo tempo iria gerar uma nova pane", diz Lopes.
Veja como é o sistema clicando na imagem abaixo:
Bronca /O apagão no Nordeste provocou a primeira crise na pasta de Minas e Energia no governo Dilma. A presidente, que já foi secretaria de Energia no Rio Grande do Sul, deu um puxão de orelha no ministro Edison Lobão. A ministra exigiu para segunda um relatório completo sobre os problemas no fornecimento de energia.
Diário de São Paulo
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