sábado, 5 de fevereiro de 2011

Mínimo de R$ 545 mais o governo pressiona centrais sindicais

E diz que reajuste na tabela do Imposto de Renda só sai se a previsão para o piso nacional for mantida

 

O ministro Guido Mantega (Fazenda) deu um xeque-mate nas centrais sindicais durante a reunião para discutir o reajuste do salário mínimo e a correção da tabela do Imposto de Renda.

Mantega afirmou que o governo só vai mexer nas faixas das alíquotas de contribuição se o salário mínimo nacional ficar em R$ 545, de acordo com a proposta da equipe econômica.

"Não há nenhuma possibilidade de alterar a tabela (do Imposto de Renda) se o valor do mínimo não for R$ 545", disse o Mantega.

Os representantes das seis maiores centrais sindicais, que estavam na reunião, criticaram a posição intransigente do governo na negociação.

"A reunião não foi nada produtiva porque o governo quer impor uma condição que as centrais não vão aceitar. A nossa proposta prevê um aumento maior para o mínimo e a correção da tabela. Não vamos trocar uma coisa pela outra", disse Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, da Força Sindical.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva, disse que os argumentos apresentados  para não dar um aumento maior para o salário mínimo não se sustentam.

"Um valor maior para o mínimo não vai provocar um processo inflacionário. Quando o trabalhador ganha mais, o que ocorre é o  desenvolvimento econômico ", disse.

Lula x Dilma /Os sindicalistas criticaram também a falta de flexibilidade do governo Dilma. "No governo anterior, em situações como essa de impasse sobre o salário mínimo, o presidente Lula sempre interveio em favor dos trabalhadores. O que eu percebo agora é que na era Dilma o governo se limita a repetir o discurso do mercado financeiro", disse Paulinho.
O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, rebateu dizendo que a política econômica de Dilma é uma continuidade da aplicada na gestão Lula. "Não existe nenhuma mudança de postura", disse o ministro.

Aposentados terão acordo separado
O ministro Gilberto Carvalho,  da Secretaria-Geral da Presidência da República, disse que o governo vai criar um grupo de trabalho para definir uma recuperação do poder de compra das aposentadorias. "Segundo o ministro, o objetivo é elaborar algum tipo de recuperação ainda para 2011", disse Warley Martins, presidente da Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas (Cobap).

R$ 615
é a previsão do governo para o mínimo em 2012

Isenção para quem recebe até R$ 1.595,99
A proposta das centrais sindicais para a correção da tabela do Imposto de Renda prevê a isenção para os trabalhadores que recebem até R$ 1.595,99 por mês. Pela tabela em vigor atualmente,  está isento do imposto quem recebe até R$ 1.499,15.  

Fonte: Diário de São Paulo

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