Foto: Bruno Boppe/Futura Press
A assessoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro informou, nesta sexta-feira, que a primeira etapa do trabalho de reconstituição da morte do menino Juan Moraes, 11 anos, começou às 10h57 desta manhã. Os agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) demarcaram os locais por onde as vítimas e os policiais militares do 20º Batalhão (Mesquita) teriam passado na Comunidade do Danon, em Nova Iguaçu.
Na etapa inicial, testemunhas começam a ser ouvidas, e somente durante a noite é que a reconstituição propriamente dita será realizada. Juan e um outro rapas, Wanderson, foram baleados durante uma troca de tiros entre PMs e traficantes. O corpo de Juan foi encontrado 11 dias depois, em um rio na divisa dos municípios de Nova Iguaçu e Belford Roxo.
Durante o trabalho dos policiais, apenas moradores conseguirão passar pelos bloqueios montados nos acessos da Favela do Danon. Dez viaturas da Delegacia de Homicídios da Baixada, Core e 56ª DP (Comendador Soares) prestam auxílio nos trabalhos. Além de autoridades como o corregedor da Polícia Militar, coronel Ronaldo Menezes, participam da reconstituição as promotoras Julia Jardim, da 1ª Promotoria de Justiça da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, e Adriana Medeiros, do núcleo de Duque de Caxias e que atua com as delegacias especializadas como a DH da Baixada.
Faixas de apoio em Copacabana
Em Copacabana, a ONG Rio da Paz colocou faixas em apoio a família do menino Juan na areia, na altura da avenida Princesa Isabel. A homenagem ficará no local até o início da tarde. O corpo de Juan foi sepultado no início da noite de quinta-feira sob forte esquema de segurança e muita emoção no cemitério municipal de Nova Iguaçu. O menino foi colocado no jazigo da família.
Em Copacabana, a ONG Rio da Paz colocou faixas em apoio a família do menino Juan na areia, na altura da avenida Princesa Isabel. A homenagem ficará no local até o início da tarde. O corpo de Juan foi sepultado no início da noite de quinta-feira sob forte esquema de segurança e muita emoção no cemitério municipal de Nova Iguaçu. O menino foi colocado no jazigo da família.
Sequência de falhas
Operação: no dia 20 de junho, policiais do 20º BPM (Mesquita) vão à comunidade Danon checar informação sobre traficantes. Na ação, Juan desaparece, um rapaz é morto e dois são baleados, entre eles um irmão do menino.
Auto de resistência: logo após a ação, PMs registram o caso como auto de resistência na 56ª DP (Comendador Soares). Eles apresentam armas e drogas e não falam sobre Juan.
Demora: o sumiço do menino só vem à tona no dia seguinte, após denúncia da família de que ele fora baleado. Uma série de falhas na investigação da 56ª DP, entre elas a demora em pedir perícia para o local, faria o caso ser transferido, uma semana depois, para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense.
Afastamento: afastados cinco dias após a operação, os PMs suspeitos vão para serviços internos no mesmo batalhão. Somente na quinta-feira, dia 7 de julho, eles foram transferidos para a "geladeira" da corporação.
Perícia: a primeira perícia no local só ocorreu oito dias após o sumiço, dia 28. O chinelo que o menino usava no dia 20 foi encontrado, e só então começaram as buscas pelo corpo.
Testemunha: um rapaz baleado no confronto foi apontado como traficante e ficou cinco dias algemado no hospital. A família comprovou que ele trabalha e está no Programa de Proteção à Testemunha só duas semanas após o confronto.
Ossada: dez dias após o sumiço, dia 30, foi achada a ossada que a perita atestou ser de uma menina. As buscas a Juan continuaram por quatro dias. Somente no dia 7 de julho, após dois exames de DNA, a Polícia Civil admitiu o erro.
Fonte O Dia Online
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