11 de março de 1970 - O sequestro do Cônsul japonês
O cônsul-geral do Japão em São Paulo, Ministro Nobuo Ozuchi, foi seqüestrado por cinco pessoas não identificadas e armadas com metralhadoras, que o levaram em um fusca da Volkswagem para lugar ignorado. O motorista do cônsul contou que os seqüestradores fecharam o Oldsmobile 70 do Cônsul com dois carros, quando o sinal de trânsito mudou para vermelho, a 100 metros de sua residência, no bairro de Higienópolis, São Paulo. Os sequestradores disseram apenas que ele seria bem tratado e que entrariam em contato.O Consulado-geral do Japão declarou acreditar que tudo seria solucionado de modo satisfatório, como foi o sequestro do embaixador americano. O primeiro contato veio através de uma carta datilografada e assinada em letra de forma - Comando A. Raimundo de Lucena - Vanguarda Popular Revolucionaria (VPR). "O ato não é absolutamente dirigido contra o povo japonês, ou contra membros de sua colônia, muitos dos quais lutam conosco ou sofrem as mesmas torturas nas prisões. Não tomaríamos esta atitude não fora a extrema necessidade de salvar a vida de alguns companheiros cujo estado físico se tornou alarmante".
Outras cartas foram distribuídas na cidade. Uma dessas cartas foi encontrada dentro do livro Apologia de Sócrates, em uma livraria e outra no banheiro de uma churrascaria.
Os sequestradores exigiram pela vida do Consul a libertação de cinco presos e seus filhos menores, bem como a garantia de asilo no México ou em qualquer outro país latino-americano. A aceitação por parte do Governo Brasileiro foi decidida pelo Presidente Médici depois de ouvidos os órgãos de segurança.
O seqüestro teve uma grande repercussão em Tóquio.
Governo Mexico concede asilo
Os cinco prisioneiros políticos, que foram banidos do território nacional, receberam no México documentos de permanência definitiva, com os quais poderiam realizar trabalho remunerado.
Jornal do Brasil
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