A valorização do real, o bom dos preços dos imóveis e o aumento nos valor dos serviços no Brasil são os responsáveis por fazer com que Nova York, Londres, Paris, Roma, Viena e Dubai sejam mais baratas que São Paulo. A capital paulista saltou 11 posições e é a 10ª mais cara do mundo, de acordo com ranking divulgado nessa terça-feira pela consultoria Mercer.
O levantamento anual indica o custo de vida para trabalhadores estrangeiros. O propósito é ajudar empresas multinacionais a decidir onde estabelecer suas operações e quanto custará levar profissionais a determinadas cidades.
Dentre as capitais brasileiras, Rio de Janeiro e Brasília também subiram na lista. O Rio (que antes ficava na 29ª posição) aparece como a 21ª cidade mais cara e Brasília (no ano passado em 70º lugar) agora está em 33º, uma posição abaixo de Nova York. A Big Apple é a referência para o índice.
“Moedas que se valorizaram frente ao dólar e ao euro, como foi o caso do real, fazem com que, na conversão, os custos de vida fiquem caros” , explica Antonio Braz, analista do IBGE. Ele chama a atenção para o aumento de preços de itens avaliados no estudo da Mercer, como alimentação fora de casa. “Serviços que têm referência no salário mínimo, que aumentou, também ficaram mais caros, e afetam diretamente esse índice”.
“De maneira geral, as taxas de câmbio na América do Sul estão relativamente estáveis, com exceção das moedas no Brasil. Chile e Costa Rica, que cresceram significativamente diante do dólar americano, fazendo com que cidades dessas regiões subissem no ranking”, confirma Nathalie Constantin-Métral, pesquisadora da Mercer, no estudo.
Inflacionadas
Segundo o levantamento, a cidade mais cara do mundo é Luanda, na Angola. A segunda cidade mais cara é Tóquio, seguida por N′Djamena, no Chade, que vive situação parecida à de Luanda. O quarto lugar é de Moscou, seguida por Genebra, na Suíça, e Osaka, no Japão. Zurique aparece na sétima posição, seguida por Cingapura, Hong Kong e São Paulo a décima.
Na posição 32, Nova York é a cidade mais cara nos Estados Unidos. Los Angeles (77ª) e Chicago (108ª) subiram significativamente, na comparação com o último levantamento (22 e 17 posições, respectivamente). Em Washington, que também está na posição 108, subiu três lugares, com aumento no preço do aluguel. A pesquisadora da Mercer indica: “Enquanto a economia americana se recupera e a demanda por moradia tenta recuperar o atraso, os preços dos alugueis aumentaram significativamente nos Estados Unidos”. (Com agências)
Saiba mais
Pesquisa abrangente
A pesquisa cobre 214 cidades em cinco continentes e mede o custo comparativo de 200 ítens em cada localidade, incluindo moradia, transporte, alimentação, vestuário e entretenimento. Nova York é usada como a cidade-base e os movimentos cambiais são medidos em relação ao dólar dos EUA. O custo da habitação, muitas vezes o maior gasto para os estrangeiros, desempenha papel importante na classificação.
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