THIAGO BRAGA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O prefeito Gilberto Kassab assinou nesta quarta-feira a lei que pode conceder incentivos fiscais de até R$ 420 milhões para o Corinthians construir o seu novo estádio na zona leste de São Paulo, orçado em R$ 820 milhões. No momento em que recebeu o documento oficialmente sancionado, o presidente do clube paulista, Andres Sanchez, chorou.
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O presidente do Corinthians, Andres Sanchez, na cerimônia |
Como já havia declarado, Kassab vetou o artigo proposto pela Câmara Municipal de só liberar o benefício mediante a confirmação da abertura da Copa do Mundo de 2014 na capital paulista. Brasília, Belo Horizonte e Salvador também concorrem.
"Foi vetado porque seria impossível para o empreendedor e para o desenvolvimento da zona leste contar com uma obra dessa importância se esse artigo fosse mantido", justificou Kassab.
O prefeito de São Paulo também falou sobre a entrada de recursos na zona leste. "As isenções justificam o investimento na região, independentemente do jogo inaugural. Mas, com a abertura, a receita gerada será de R$ 1,5 bilhão porque serão semanas com a presença de turistas, imprensa, Congresso da Fifa. Sem ela, a receita ficará entre R$ 700 e 800 milhões", declarou o prefeito.
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Obras nesta quarta-feira no terreno em Itaquera; clique na foto e veja galeria de julho |
Porém, quando questionado sobre quanto desse montante seria revertido especificamente para a zona leste, Kassab disse que "o orçamento não é da zona leste. É da cidade de São Paulo."
Para exemplificar, ele citou a F-1 no autódromo de Interlagos. "Todo ano, são investidos R$ 30 milhões para o evento, mas o lucro é de R$ 100 milhões."
O governador do Estado, Geraldo Alckmin ratificou a fala de Kassab e garantiu que as obras de infraestruturas estarão prontas a tempo do Mundial.
"Todas as obras do governo do Estado são do sistema viário. São R$ 470 milhões que serão investidos. As principais obras são na Radial Leste, melhorando a acessibilidade, o acesso à na avenida Jacu-Pêssego e viadutos e passarelas sobre estradas de ferro. Além de obras na Linha 11-Coral (Luz-Guaianazes), da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e na linha 3-vermelha, do Metrô. Esse vai ser um legado importante para a zona leste, que tem uma população de quase 4 milhões de pessoas", concluiu o governador.
Rivaldo Gomes - 16.jul.2011/Folhapress | |||
Obras no terreno do futuro estádio corintiano; clique na imagem e veja outras fotos |
Um dos principais entraves para a realização da obra, a retirada dos dutos da Petrobras que passam debaixo do terreno, levou Andres à irritação. Ele garantiu que já está incluído no preço total de R$ 820 milhões da arena a retirada dos dutos. Técnicos da construtora Odebrecht, porém, alegam que isso ainda não entrou na conta.
"É um terreno que está concedido ao Corinthians. É um terreno público. Quando passa um duto embaixo, tem que pagar. Na [avenida] Paulista também passa. [A questão é] aqui é o único estádio do país que tem dinheiro privado. O Corinthians arca com os R$ 400 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que qualquer cidadão pode pegar empréstimo no BNDES", disparou.
Ao falar do contrato entre clube e construtora, ele foi irônico.
"Vocês estão preocupados com contrato. Está tudo adiantado. O contrato são detalhes jurídicos que vai [sic] se resolver nos próximos dias. [Não falo data] porque se eu falar uma data e errar um dia, vocês [jornalistas] falam que eu sou mentiroso.
Também presente, o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., afirmou que enviou nesta terça-feira (19) um documento para o presidente do COL (Comitê Organizador Local do Mundial), Ricardo Teixeira, decidir o palco da abertura da maneira mais rápida possível, antes de outubro (novo prazo), para não atrapalhar o planejamento do país.
"O estádio de São Paulo é um assunto resolvido. Vamos virar a página. Vamos olhar para frente, para a execução das obras. Torcer para que elas andem o mais rápido possível", acrescentou. Editoria de Arte/Editoria de Arte/Folhapress | ||
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