Dilma discorda
Presidente eleita se diferencia de Lula, faz crítica ao apedrejamento de mulheres no Irã e diz não compartilhar da posição manifestada pelo Brasil de se abster na ONU acerca da questão dos direitos humanos em território iraniano
Dilma fez elogios a Obama na entrevista ao Post (VALTER CAMPANATO/ABR)
A presidente eleita Dilma Rousseff fez questão de explicitar suas credenciais ao mundo, em entrevista ao jornal norte-americano Washington Post, deixando claro que nem todas as posições do governo de Luiz Inácio Lula da Silva são também as suas, especialmente ao falar sobre o Irã.
Dilma condenou o apedrejamento e qualquer outro tipo de prática “medieval” contra mulheres e disse que não se sentiria confortável, como uma mulher presidente, em não deixar clara essa posição. Por outro lado, disse que é importante tentar estabelecer a paz no Oriente Médio, sugerindo que seu governo continuará buscando estratégias de paz naquela região.
“Eu não endosso o apedrejamento. Não concordo com as práticas medievais características que são aplicadas quando se trata de mulheres. Não há nuances e eu não farei nenhuma concessão em relação a isso”.
Ao comentar o fato de que o Brasil se absteve de votar contra resolução pelos direitos humanos na Organização das Nações Unidas (ONU), Dilma disse que não é a presidente do Brasil hoje, mas garantiu que se sentiria desconfortável como uma presidente mulher eleita em não dizer nada contra a prática de apedrejamento. “Minha posição não irá mudar quando eu assumir. Não concordei com o modo com o qual o Brasil votou. Não é a minha posição”, disse.
A presidente eleita também criticou a política de afrouxamento quantitativo dos Estados Unidos, mas ao mesmo tempo fez questão de dizer que seu governo buscará estreitar os laços com o governo de Barack Obama.
Ela afirmou que tem grande admiração pela vitória do presidente Barack Obama nas últimas eleições presidenciais do país. “Deve ser muito difícil ser capaz de eleger um presidente negro nos Estados Unidos, assim como foi muito importante eleger uma mulher para presidente do Brasil”, afirmou.
Segundo a presidente eleita, Brasil e EUA podem trabalhar juntos e dar uma grande contribuição ao mundo, por exemplo, desenvolvendo parcerias para tornar viáveis tecnologias para agricultura e atuar com ajudas humanitárias na África. (das agências de notícia)
E agora
ENTENDA A NOTÍCIA
Com Lula, o Brasil se tornou um dos mais relevantes aliados do controverso governo do Irã, acusado pela violação de direitos humanos e que mantém polêmico programa nuclear. Com Dilma, não deve haver guinada brusca, mas mudança gradual de postura.
O POVO online
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