Marcos Bezerra/Futura Press/AE
Jovem que começou tumulto disse que organização mudou jurados e não cumpriu prometido
Do R7
A pancadaria que suspendeu a apuração dos votos do Carnaval 2012 de São Paulo foi motivada, segundo os suspeitos de iniciar a confusão, pela desorganização e falha na condução dos jurados por parte da Liga Independente das Escolas de Samba. Após terem sido detidos, o jovem de 29 anos (integrante da Império da Casa Verde) e o de 20 anos (integrante da Gaviões da Fiel) disseram que ficaram com raiva porque a Liga teria afirmado que nenhuma escola do grupo especial seria rebaixada para o acesso este ano e não teria cumprido a promessa.
Segundo o integrante detido da Império da Casa Verde, a afirmação teria sido feita por representantes da Liga após dois dos jurados selecionados para dar nota às escolas terem sido trocados na noite da última quinta-feira (16). A troca de jurados, aliás, causou confusão mesmo antes do início da apuração. O anúncio das notas começou com atraso porque representantes da Liga se reuniram com presidentes da algumas escolas que não concordaram com a troca dos jurados e criticaram a forma como a Liga conduziu a mudança, sem comunicar formalmente as escolas.
No início da noite desta terça-feira (21), os presidentes da SPTuris (São Paulo do Turismo), da Liga Independente das Escolas de Samba, e das escolas do grupo especial estavam reunidos no camarote da prefeitura para definir o que será feito a partir de agora. Com a confusão ocorrida no final da tarde, o Carnaval 2012 de São Paulo ainda está sem uma escola campeã. No momento em que a votação foi interrompida, estavam sendo anunciadas as notas do quesito comissão de frente, o último da apuração. A Mocidade Alegre era, então, a campeã do Carnaval paulistano, com 160 pontos. A Rosas de Ouro aparecia como vice-campeã (veja aqui as notas das escolas quando a apuração foi interrompida).
Confusão
O "roubo" das notas deu início a uma pancadaria generalizada no Anhembi. Cadeiras foram jogadas e as grades que delimitavam as áreas exclusivas para a direção das escolas e o setor dos jurados foram quebradas. A Polícia Militar tentou conter a confusão, mas o número de policiais no local era pequeno, se comparado com o de torcedores.
Com isso, a apuração dos votos dado às escolas foi suspensa. Logo após o incidente, Solange Cruz Bechara, presidente da Mocidade Alegre, afirmou não saber se existia uma cópia da nota dos jurados (que foi rasgada) e afirmou que não considera sua escola a campeã do Carnaval.
- Não posso me pronunciar sobre uma coisa que não aconteceu.
Ela falou ainda que entende, em parte, o que aconteceu.
Eu entendo o lado de todo mundo porque o Carnaval é muito disputado e ninguém quer descer para o grupo de acesso, mas a violência não leva a nada.
Após a pancadaria, torcedores invadiram a pista local da marginal Tietê, sentido Castello Branco, que precisou ser interditada. Por volta das 17h50, eles seguiam pela via e deixava um rastro de depredação.
Incêndio
Durante a confusão, também foi registrado um incêndio no setor de dispersão do sambódromo, onde estão estacionado os carros alegóricos usados nos desfiles. Por volta das 18h10, as chamas que atingiam uma alegoria da Pérola Negra já tinham sido controladas com a ajuda de um caminhão-pipa. O diretor de marketing da Perola Negra, Jaime Roizen, acusou os torcedores da Gaviões da Fiel de terem ateado fogo em um dos carros da escola. De acordo com Roizen, várias pessoas viram os integrantes da Gaviões deixarem a arquibancada frustrados e passarem ao lado da dispersão colocando fogo nas alegorias. Apesar de corintiano, o integrante da Perola Negra defende a saída da Gaviões do Carnaval.
- Eles são um bando de baderneiros. Receberam milhões do Lula e do Governo Federal e não tiveram capacidade de fazer um desfile como o nosso. Por causa disso, vieram botar fogo no no sso sonho. Isso não se faz.
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