A Gazeta do Povo, um dos principais jornais do Estado do Paraná, divulgou na capa da edição de domingo, 27 de março, notícia sobre a paralisação nacional dos atendimentos médicos, agendada para o dia 7 de abril. Na oportunidade, a reportagem informou que os profissionais afirmam que o valor da consulta está defasado em 92% e reclamam de omissão da ANS. Veja abaixo a íntegra da notícia.
Manter um plano de saúde privado está cada vez mais caro. Desde 2000, a mensalidade dos planos individuais e familiares – que representam mais de 20% dos 45,5 milhões de coberturas ativas no país – subiu 26,6 pontos porcentuais acima da inflação. E outro aumento está a caminho: a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deve anunciar até o fim de abril a correção que será aplicada aos planos neste ano – reajuste que chegará em um momento crítico do relacionamento entre planos e profissionais de saúde, com consequências evidentes para os usuários.
Alegando uma defasagem de 92% na tabela de honorários, os médicos planejam uma paralisação nacional para 7 de abril, quando prometem suspender todos os atendimentos, consultas e exames pelos planos marcados para a data. Segundo as entidades que coordenam a mobilização, os pacientes previamente agendados para o dia 7 de abril serão atendidos em outro dia, e o protesto não abrangerá casos de urgência e emergência.
A classe médica reivindica o reajuste dos honorários, ao mesmo tempo em que reclama da omissão da ANS na fiscalização do setor e exige a aprovação de um projeto de lei que regulamente a relação entre operadoras e prestadores de serviço.
Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), a “greve” deve atingir 160 mil profissionais que mantêm relação com planos de saúde, seguradoras ou cooperativas médicas – número que representa 46% do contingente de médicos do país.
“SUSão”
“As operadoras têm bastante caixa financeiro. Já o médico, que presta o serviço na ponta, não recebe a contrapartida. Esse é um movimento pela dignidade de uma profissão. Chegamos a uma fase em que está se tornando insuportável manter um consultório aberto atendendo pelos planos.”
“As operadoras têm bastante caixa financeiro. Já o médico, que presta o serviço na ponta, não recebe a contrapartida. Esse é um movimento pela dignidade de uma profissão. Chegamos a uma fase em que está se tornando insuportável manter um consultório aberto atendendo pelos planos.”
Segundo ele, o valor médio recebido por consulta coberta pelos planos é de R$ 42. “Se um médico fizer 170 consultas por mês e colocar em uma planilha todos os custos de manutenção do consultório – secretária, encargos trabalhistas, luz, água telefone, impostos, aluguel etc. –, vão sobrar R$ 5,53 líquidos por consulta”, diz.
Como consequência disso, afirma o conselheiro do CFM Celso Murad, alguns médicos vêm diminuindo o tempo de duração das consultas para engordar a “escala” e, consequentemente, garantir a sobrevivência econômica das clínicas.
Informações O Jornal de Alagoas
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