Foto Marcello Palhais / Diário SP
Símbolo de uma metrópole moderna e caótica, é por ela que passam todos os dias 1,5 milhão de pessoas
Ela já tevepiso recoberto de pedregulhos brancos, que contrastavam com magnólias espalhadas por toda sua extensão de 2.800 metros. Em suas três faixas, passavam bondes de tração animal, carruagens e pedestres. Nas ocasiões epeciais, havia corridas de charretes e nos carnavais os corsos tomavam conta de todo seu espaço.
A avenida mais famosa da cidade, a Paulista, está fazendo hoje 120 anos de puro charme e glamour. Não é à toa que foi eleita o maior símbolo da cidade de São Paulo e por ela circulam todos os dias um milhão e meio de pessoas.
Pesquisa inédita, feita pelo Instituto Data Popular, traçou o perfil desse público que transita e vive no centro econômico mais importante do país e no polo cultural mais agitado cidade.
O público feminino é maioria absoluta na Avenida Paulista. De cada dez pessoas que andam pelas calçadas, apenas quatro são homens. Do total de pedestres, 94% transitam pela via com regularidade e 60% são do chamado público emergente, das classes C e D.
Entre os adultos que frequentam a Avenida Paulista, 73% têm até 35 anos e 69% estão empregados com carteira assinada. O dado mais surpreendente: apenas cinco mil pessoas moram na avenida, em 18 prédios residenciais.
São pessoas como o arquiteto Angelo Bucci e sua mulher, a maestrina Maria Cristina Pereira Bucci, que trocaram a tranquilidade da cidade de Orlândia, no interior, para viver num dos pontos mais agitados da capital. “Nós moramos entre duas estações de metrô e somos vizinhos de 40 salas de cinema, teatros, escolas, hospitais e bancos”, disse Maria Cristina.
“Nós temos duas filhas adolescentes. É muito didático criar filhos aqui porque tem todo tipo de gente: o milionário, o mendigo, o turista, enfim. É uma síntese do mundo”, afirma.
Nem mesmo as constantes manifestações que costumam travar o trânsito de toda a região incomodam o casal, que mora há 15 anos num edifício vizinho ao prédio da Gazeta. Neste ano já passaram pela Paulista marchas pela liberação da maconha, contra corrupção, contra homofobia, entre outras.
Nem mesmo as constantes manifestações que costumam travar o trânsito de toda a região incomodam o casal, que mora há 15 anos num edifício vizinho ao prédio da Gazeta. Neste ano já passaram pela Paulista marchas pela liberação da maconha, contra corrupção, contra homofobia, entre outras.
“Eu escolhi morar no meio do buchicho e não me incomodo”, afirmou a maestrina. “Eu gosto e tenho orgulho de morar no lugar onde as pessoas escolhem para fazer as festas mais importantes da cidade.”
Maria Cristina só lamenta o alto valor do IPTU que paga pelo seu apartamento de 90 metros quadrados e a demolição de bonitos casarões, ainda da época dos barões do café, que enfeitavam a avenida mais famosa da cidade.
“Na atual administração, eles resolveram aumentar o nosso IPTU e hoje pagamos muito mais do que apartamentos similares, mas vale a pena”, diz. Fonte Diário de SP
FERNANDO GRANATO
fernando.granato@diariosp.com.br
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