por Julia Affonso e Fausto Macedo | Estadão Conteúdo
Foto: Lula Marques / Agência PT
O procurador-geral da República Rodrigo Janot disse nesta segunda-feira (17) que "ninguém se sente feliz concedendo imunidade a criminoso.
Ninguém gosta disso". Nos Estados Unidos, onde participou de evento no Woodrow Wilson Center, no qual falou sobre o uso dos acordos de colaboração premiada na promoção de Justiça e do Estado de Direito no Brasil, Janot revelou os motivos que o levaram a aliviar plenamente a situação do empresário Joesley Batista, da JBS, que delatou o presidente Michel Temer como suposto beneficiário de propinas do grupo.
O procurador contou que recebeu a denúncia de Joesley, atualmente residindo em Nova York com a família. O empresário, segundo Janot, exigiu imunidade total em troca da munição de que dispunha contra o presidente. "Sopesei o interesse público", afirma Janot. "A grande polêmica que se tem hoje no Brasil é a concessão de imunidades a pessoas ricas, que moram aqui em Nova York, não moram no Brasil já há algum tempo", disse Janot. "Essas pessoas (Joesley e outros executivos da JBS) procuraram agentes do Ministério Público para oferecer a possibilidade de um acordo penal.
E envolviam altas, altíssimas autoridades da República." Segundo o procurador, sua primeira reação foi achar que não era verdade. "Não acredito que isso esteja acontecendo, não pode acontecer, depois de três anos e meio da Lava Jato, com esses números (de prisões e condenações), é inacreditável que a prática continue aberta", reagiu inicialmente o procurador.
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