Trabalhadores que faziam corte da palha de carnaúba em propriedades privadas do Piauí foram encontrados comendo e dormindo junto a porcos durante fiscalização do Ministério Público do Trabalho (MPT), realizadas no final da semana passada.
De acordo com a o MPT, a situação degradante análoga à escravidão acontece em alojamentos na região Norte do estado. Foram verificadas a situação de 160 trabalhadores e apenas 30 deles estavam em situação regular.
Os fiscais também encontraram adolescentes de 14, 15 e 16 anos nos alojamentos; eles seriam sobrinhos do contratante e não usavam nenhum tipo de proteção no trabalho, que é proibido para menores por ser bastante perigoso.
As refeições eram servidas em latas, ao relento, e os trabalhadores comiam no chão próximo a fezes de vaca. Em um dos locais visitados, a água servida aos trabalhadores era guardada em toneis que antes armazenavam agrotóxicos – e que não podem ser reutilizados por risco de contaminação.
“É uma situação que desconfigura totalmente a dignidade do ser humano, transforma o ser humano em animal também”, afirmou o procurador do Ministério Público do Trabalho, José Wellington Soares em entrevista ao G1.
Atravessadores e indústrias de beneficiamento, bem como os arrendatários das propriedades, deverão ser responsabilizados judicialmente por obterem lucro com a atividade. O MPT recomendou a paralisação das atividades e regularização da situação de todos os trabalhadores. Inquéritos civis contra todos os exploradores e proprietários de terras onde ocorre a exploração também serão instaurados. Correio 24h.
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