quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Homicídios na Bahia cresceram 50,7% desde 2006


Marcelo Brandão l A TARDE On Line
O número de assassinatos no Estado subiu 50,72% no primeiro mandato do governador Jaques Wagner: de 3.222 mortes, em 2006, para 4.856 no ano passado. A Bahia ficou na contramão de estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Pernambuco, que diminuíram os índices numa média de 25%, no mesmo período. Em 2010, houve mais assassinatos na Bahia do que em países que estão em guerra civil, como o Iraque, que registrou 3.976 civis mortos.

No último ano do governo Paulo Souto (2006), o número de assassinatos foi de 3.222, segundo dados do Centro de Documentação e Estatística Policial (Cedep). Desde então, a quantidade de homicídios não parou mais de subir. Em Salvador, o índice saltou de 967 para 1.638 mortos – alta de 70%, entre 2006 e 2010. No Estado, o maior aumento ocorreu entre 2007 e 2008 – quase 900 casos a mais. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) atribui o aumento ao tráfico de drogas.
Editoria de Arte/A TARDE
Em 2008, a disputa de duas quadrilhas por pontos do comércio de entorpecentes resultou numa série de assassinatos na capital. De dentro do sistema prisional, Eberson Souza Santos, o Piti, e o rival, Genílson Lino da Silva, apelidado Perna, comandaram ações violentas que resultaram em muitos crimes.

Entre os crimes que chocaram os baianos, à época, a chacina de Mussurunga, a maior do País em 2007, deixou sete mortos. Diante da repercussão da onda de violência no Estado, a polícia agiu e conseguiu desarticular o primeiro e o segundo escalões das duas quadrilhas. Piti e vários outros bandidos foram mortos, em confronto, enquanto que o rival, Perna, foi transferido, junto com outros traficantes, para uma prisão de segurança máxima, no Paraná.

A desarticulação do comando criminoso resultou numa nova onda de mortes. Traficantes de terceiro e quarto escalões iniciaram uma disputa pelo espólio das bocas-de-fumo, resultando num grande número de homicídios. Um exemplo de grande repercussão foi a morte das adolescentes Gabriela Nunes, 13 anos, e Janaína Conceição, 16, decapitadas por traficantes do IAPI, em novembro do ano passado,  sob a suspeita de pertencerem a uma gangue rival.

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