Boris Fausto, um dos principais historiadores do Brasil, considera difícil relacionar a crise política que enfrenta a presidente Dilma Rousseff com a que derrubou João Goulart, em 1964, conforme fez neste domingo (5) o senador tucano José Serra.
Ele não vê problemas, porém, em fazer comparações com a queda, em 1992, do primeiro presidente eleito após a redemocratização do país, Fernando Collor.
Na avaliação do historiador, que declarou voto em Aécio Neves, há mais razões técnicas hoje para o impeachment de Dilma do que havia no caso de Collor, sobretudo por "problemas no Orçamento [as chamadas 'pedaladas fiscais'] e no financiamento da sua campanha".
"A comparação com o Collor é interessante porque, por muito menos, o Collor sofreu impeachment", afirmou, em entrevista à BBC Brasil.
Questionado sobre a ausência de acusações diretas de corrupção contra a presidente, Fausto disse que Dilma "fez um esforço no sentido de controlar os piores aspectos da corrupção e dar um rumo para a Petrobras". "Mas o problema é que ela está metida em toda uma instituição política da qual faz parte, não obstante suas supostas e prováveis intenções", completou.
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