sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Professora é morta a pedradas em Itabela na Bahia

O corpo da professora Arlinda Santos Ferreira, 37 anos, mais conhecida como Linda, foi enterrado na tarde desta quinta-feira, 16, no cemitério municipal de Itabela (a 679 km de Salvador). Amigos e parentes estavam inconformados com a brutalidade do assassinato ocorrido na madrugada na cidade do sul do estado.

O crime, que ocorreu na rua da Torre, bairro Ubirajara Brito, pode ter motivação passional, segundo o delegado de Itabela, Hermano Costa. Ele disse, ainda, que a autoria está "praticamente confirmada", e que o suspeito do homicídio, Adonias Souza Moura Neto, conhecido por Neto, está foragido.

"Nós localizamos Dioneide Soares dos Santos, 32 anos, conhecida como Índia, que mantinha relação afetiva com a professora. No celular dela encontramos diversas mensagens com ameaças, vindas do celular de Adonias, ex-companheiro de Índia", afirmou o titular da unidade policial do município.

O delegado também contou que, além das ameaças via celular, testemunhas anônimas ligaram para a delegacia revelando o que ouviram durante a agressão contra a alfabetizadora na madrugada desta quinta.

"Há cerca de dois anos ele [Adonias] matou o próprio tio usando arma de fogo e faca. Foi preso em flagrante com as armas do crime", afirmou o delegado, enfatizando que o homem ficou preso no Conjunto Penal de Eunápolis. "E nós nem sabíamos que ele já estava solto de novo", contou o delegado.

A briga entre o ex-casal, porém, não se restringia ao fato de ele não aceitar o relacionamento de Índia com outra mulher. As mensagens vistas pelo delegado também tinham ameaças por causa da disputa sobre a guarda dos filhos, que moram com a mãe.


Aulas

Na Escola Municipal Archimedes Ernesto da Silva, onde a educadora trabalhava em uma turma da alfabetização, as aulas foram suspensas e só devem ser retomadas na próxima semana.

Com cerca de 20 anos dedicados à educação infantil, a professora Arlinda ainda não tem uma substituta. Na próxima semana, as crianças devem ter acompanhamento psicológico para auxiliar na adaptação a um novo professor depois da tragédia, conforme informou uma técnica da Secretaria Municipal de Educação.

A diretora da escola, Edna Romado, ressaltou que nesta quinta não havia como ter aula na unidade, pois os alunos ficaram chocados com a notícia da morte brutal da alfabetizadora. "Ela era uma pessoa querida e admirada pelo amor à causa da educação", concluiu.

Miriam Hermes - atarde.uol

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