A terceira capital brasileira em número de habitantes ostenta, também, uma das três primeiras posições em outro ranking: a de número de pessoas vivendo em situação de rua. Segundo levantamento feito em 2008 pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Salvador tem 3.289 moradores de rua, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro, com 4.585, mas ultrapassando Fortaleza, Santos e Goiânia, por exemplo. Três anos após a pesquisa, o número já chega a quatro mil, segundo estimativa do Movimento da População de Rua da Bahia (MPRB), fundado em 2010. Já o dado da Prefeitura Municipal de Salvador, com base em pesquisa de 2009, diz que há de 2.800 a três mil pessoas nesta situação. “Me pergunto onde estão morando os outros?”, ironiza a coordenadora do movimento, Maria Lúcia Pereira.
A preocupação tem fundamento. A cidade, que será uma das 12 sedes da Copa do Mundo Fifa de 2014, vem discutindo soluções para a situação dos moradores de rua. Hoje, são apenas quatro casas de acolhimento: o Albergue Noturno, a Casa de Pernoite, o Centro de Integração Social (no Largo de Roma), com capacidade para atender, juntas, 230 pessoas, e o Centro de Triagem Adulto, na Baixa dos Sapateiros, que pode receber até 40 adultos diariamente. Ou seja, há vagas para cerca de 6% das pessoas em situação de rua em Salvador. Os outros 93,25% arriscam-se diariamente sob marquises, em prédios abandonados e com riscos de desabamento, dormindo em pedaços de papelão ou sobre colchões improvisados e sem assistência social.(Metrópole)
Letícia Oliveira - Voz da Bahia
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