quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Marina seria a vontade de Eduardo, diz Antônio irmão de Eduardo Campos

Leia Já por Giselly Santos

O irmão do ex-governador enalteceu, em carta, os dotes políticos de Campos e do avô Miguel Arraes

Foto: Augusto Cataldi/LeiaJáImagens

Citando o próprio Eduardo Campos no início da carta, Antônio 
contou que a perda afetiva do único irmão não é maior do que a do líder

O irmão do ex-governador Eduardo Campos, Antônio Campos, enalteceu, em carta, nesta quinta-feira (14), a trajetória política e o legado que a família dele ofereceu ao país com a liderança de Eduardo e do avô deles, Miguel Arraes. No texto, o advogado deixa claro que indicará à candidata à vice, Marina Silva, para a sucessão do irmão da disputa e afirmou que esta seria a vontade do pernambucano.

“Tenho convicção que essa seria a vontade de Eduardo”, cravou. “Como filiado ao PSB, membro do Diretório Nacional com direito a voto, neto mais velho vivo de Miguel Arraes e único irmão de Eduardo externo a minha posição pessoal que Marina Silva deve encabeçar a chapa presidencial da coligação Unidos Pelo Brasil liderada pelo PSB”, completou. Antônio foi o único que externou, até agora um posicionamento sobre a disputa política.

Citando o próprio Eduardo Campos no início da carta, Antônio contou que a perda afetiva do único irmão não é maior do que a do líder. Para ele, Eduardo foi um “político de talento e firmeza de propósitos”. “Desde 2013 vinha fazendo o debate dos problemas e do momento de crise por que passa o Brasil, querendo fazer uma discussão elevada sobre nosso país. Faleceu em plena campanha presidencial, lutando pelos seus ideais e pelo que acreditava”, ressaltou o irmão do candidato.

Antônio Campos lembrou ainda a coincidência de Campos e Arraes terem falecido no mesmo dia. “O meu avô Miguel Arraes foi preso e exilado, não se curvando à ditadura militar. Eduardo Campos continuou o seu legado com firmeza de propósitos, tendo trazido uma nova era de desenvolvimento para Pernambuco. (...) Ambos faleceram, no dia 13 de agosto... Não vamos cultivar as cinzas desses dois grandes líderes, mas a chama imortal dos ideais que os motivava”, garantiu.

Veja o texto na íntegra:

Partidos coligados ao PSB de Eduardo Campos defendem candidatura de Marina

Erich Decat
Com a morte do candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, a maioria dos presidentes e dirigentes dos partidos que compõe a coligação presidencial passou a defender o nome da vice na chapa, Marina Silva (PSB), para assumir o comando da campanha ao Palácio do Planalto.
O Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, conversou com representantes de quatro (PHS, PRP, PPL e PSL) dos seis partidos que compõe a coligação do PSB. Consternados, os dirigentes afirmaram que o momento ainda é comoção, mas que Marina, que foi escolhida por Eduardo Campos para ser a vice na chapa presidencial, é um "nome natural" para conduzir o grupo na disputa eleitoral. De acordo com a Lei Eleitoral, a coligação tem 10 dias para apresentar um novo registro de candidatura, prazo que começou a contar nesta quarta, 13.

Página censurada do Jornal da Bahia durante a ditadura de 64 será anexada a relatório da CNV

Página do Jornal da Bahia censurada durante a ditadura será anexada a relatório da CNV
Fotos: Divulgação/GOVBA

A Comissão Estadual da Verdade vai acrescentar a seu relatório a primeira página da edição de 1º de abril de 1964 do Jornal da Bahia, que circulou sem a manchete, por ordem imposta pelo Exército na madrugada do golpe militar. O documento será encaminhado em dezembro à Comissão Nacional da Verdade (CNV). A manchete censurada dizia “Rebelião contra o governo”. O jornalista e escritor Nelson Cerqueira, que estava no plantão da madrugada do dia 1º, relatou ter se surpreendido ao ver que homens do Exército invadiram a redação e a oficina do periódico. "Essa manchete não existe", disse um oficial ao ver a prova da primeira página. Ele ditou, segundo Cerqueira, a frase que substituiria o título: "A Nação que se salvou a si mesma do jugo comunista". Ao argumentar que a nova manchete não caberia no espaço, o oficial respondeu: “Então tira isso daí”.
 

 
O texto principal, vinculado ao título, chegou a ser publicado: "A crise iniciada com o levante de FUZILEIROS navais e marinheiros na Guanabara, na semana passada, agravou-se extremamente no decorrer da noite de ontem, estendendo-se a vários pontos do território nacional, sob a forma de insurreição política no Estado de Minas Gerais e de movimentação de tropas dentro daquela unidade da Federação e em outras regiões". Outra reportagem que sofreu censura resultou na publicação em um espaço de 15cm x 12 cm em branco abaixo do título “Jair Dantas Ribeiro assumiu o Comando das Forças Legalistas”, em menção ao ministro da Guerra. Abaixo, com título menor e sem destaques, era: “Jango: Forças Armadas estão coesas”.
Bahia Notícias