sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Morreu, aos 95 anos Nelson Mandela "trajetória e vida"

“Carrego comigo o ideal de uma sociedade livre e democrática na qual todas as pessoas vivam juntas em harmonia e com iguais oportunidades. É um ideal pelo qual tenho a esperança de viver e ver realizado. Mas, se necessário, é um ideal pelo qual estou preparado para morrer”
Nelson Mandela
O ex-presidente sul-africano mostra a alegria de viver com duas décadas de liberdade













Morreu nesta quinta-feira, aos 95 anos, o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, em sua residência de Joanesburgo, informou o presidente sul-africano Jacob Zuma em mensagem à Nação.

Nelson Mandela "faleceu", declarou Zuma. "Nosso querido Madiba terá funerais de Estado" e as bandeiras serão colocadas a meio pau a partir desta sexta-feira e até seus funerais. Ele passava por um tratamento após ter adquirido uma infecção pulmonar. 

A primeira informação sobre a piora do estado de saúde do herói nacional sul-africano, que passou 27 anos na prisão durante o regime racista do Apartheid, foi dada no dia 11 de dezembro do ano passado. 

A esposa de Mandela, Graça Machel, já havia demonstrado sua tristeza em vê-lo próximo da morte. "Vê-lo envelhecer é uma coisa que dá pena. Mas você entende e sabe que isto tem que acontecer", afirmou ao canal NCA. 


Mandela defendia o sonho de todos 'viverem como irmãos'

Trajetória

Nelson Mandela (1918-2013) nasceu em um pequeno vilarejo da região de Transkei, na África do Sul. Rolihlahla Dalibhunga Mandela começou a ser chamado de Nelson aos sete anos, quando tornou-se o primeiro membro de sua família a frequentar a escola primária, em Qunu. Dois anos mais tarde, seu pai morre e Mandela é enviado para outro colégio - desta vez próximo ao palácio do Regente.

De etnia Xhosa, o líder seguiu suas tradições e foi iniciado na sociedade aos 16 anos, quando passa pelo ritual de circuncisão. Ele seguiu para o Instituto Clarkebury, onde estudou cultura ocidental.

Ele mudou-se em 1934 para Fort Beaufort, onde começou o curso para se tornar bacharel em Direito na Universidade de Fort-Hare. Foi lá que Mandela se envolveu no movimento estudantil, o que lhe rendeu uma expulsão da universidade.

Foi em Johanesburgo que ele terminou a graduação na Universidade da África do Sul e, depois, continuou os estudos na Universidade de Witwatersrand. 

Durante a Copa, Mandela teve uma má notícia; na imagem, ele vai ao velório da bisneta

Apartheid – da prisão à presidência
A faculdade de Direito foi o primeiro passo para que Mandela se envolvesse na oposição do regime do Apartheid (negava aos negros, mestiços e indianos, os direitos políticos, sociais e econômicos).

Em 1942, ele se juntou ao CNA (Congresso Nacional Africano). Dois anos depois, ao lado dos amigos Walter Sisulu e Oliver Tambo, forma-se a Liga Jovem do CNA.

Foi em 1948, quando os afrikaners (Partido Nacional), que apoiavam a segregação racial, venceram as eleições, que o líder tornou-se ainda mais ativo no CNA e tomou parte do Congresso do Povo (1955), em que divulgou a Carta da Liberdade (documento que revela um programa fundamental para a causa antiapartheid).

A partir de ataques contra negros, já nos anos 1960, Mandela tornou-se comandante do braço armado do CNA, o chamado Umkhonto we Sizwe (Lança da Nação, na tradução livre), fundado por ele e outros militantes.

Em agosto de 1962, Nelson Mandela foi preso. A princípio, ele foi condenado a cinco anos de detenção por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Dois anos mais tarde, porém, veio a sentença de prisão perpétua por sabotagem e por conspirar na ajuda a outros países em uma suposta invasão à África do Sul.

Foram 27 anos de prisão, o que o transformou no maior símbolo da luta antiapartheid na África do Sul. Mesmo detido, ele conseguiu enviar cartas para organizar e incentivar a luta pelo fim da segregação racial no país. Durante o período, recebeu apoio de vários segmentos sociais e governos de diversos países.

Uma forte campanha do CNA e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de fevereiro, aos 72 anos, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk, com quem Mandela dividiu o Prêmio Nobel da Paz em 1993.

Posteriormente, o líder foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul (de maio de 1994 a junho de 1999) e, durante o período, comandou a transição do regime de minoria no comando. Mandela ganhou ainda mais respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa.

Família

Nelson Mandela casou três vezes. A primeira esposa, Evelyn Ntoko Mase, ficou ao lado do líder durante 13 anos – eles de divorciaram em 1957.

Pouco depois, o ex-presidente sul-africano casou-se com Winnie Madikizela, com quem ficou casado por 38 anos. Eles se divorciaram em 1996, após divergências políticas entre o casal virem a público. Winnie foi mulher do líder durante toda a sua prisão. Dos 38 anos de casados, 27 foram passados à distância, praticamente sem se verem.

Já com 80 anos de idade, em seu aniversário, Nelson Mandela casou-se com Graça Machel, viúva de Samora Machel, antigo presidente Moçambicano.

O sul-africano teve quatro filhos com sua primeira esposa. Entretanto, apenas a mais nova continua viva.

O filho mais velho, Madiba Thembekile, morreu aos 25 anos em um acidente de carro. O segundo filho do casal, Makgatho Mandela, morreu em 2005 vítima de Aids.

A terceira filha de Mandela com a primeira esposa morreu aos nove meses de idade, o que fez com que o casal batizasse a filha seguinte com o nome da irmã, Malaziwe Mandela.


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