domingo, 30 de dezembro de 2012

Prefeito de São Paulo Haddad diz que julgamento do mensalão tem que ser acatado


Em entrevista ao jornal O Globo, as vésperas de assumir o comando da capital paulista, o prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad, avalia que o           julgamento do mensalão tem de ser acatado e vê dificuldades, do ponto do vista jurídico, de uma apelação ser levada à Corte Interamericana.

Para ele, o ministro Joaquim Barbosa julgou com convicção, e o governo federal agiu de maneira exemplar ao garantir que o STF decidisse com independência. Haddad avalia ainda que é muito difícil dar crédito às novas denúncias de Marcos Valério. 

Na avaliação dele, o ex-presidente Lula deixou claro que as acusações contra ele são mentiras.Na festa da posse, o senhor brincou que era um dos “postes” do ex-presidente Lula. Qual foi o peso do ex-presidente em sua vitória?

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva urdiu a minha candidatura desde o começo e foi o maior avalista dessa proposta, de maneira que participou do começo ao fim da campanha eleitoral.
Ele será seu principal conselheiro em questões administrativas?
O ex-presidente, quando me encontra, é uma pessoa de opinião sobre os fatos da política. Opina mais sobre política, mas tem uma preocupação também com gestão. Na época em que eu era ministro dele, a gente discutia sobre gestão o tempo todo. Agora, geralmente, discutimos mais sobre política. Eu me encontro com frequência com ele e pretendo continuar me encontrando.
A sua vitória em São Paulo, assim como a da presidente Dilma, pôs em evidência uma nova geração de lideranças do PT. Esse novo perfil fortaleceu-se no partido com o enfraquecimento de antigos dirigentes envolvidos no mensalão?
Todos os partidos estão passando por renovação. Há uma questão geracional no país, uma mudança de comando, que aconteceu antes no Nordeste e, depois, no Rio de Janeiro. E vai acontecer em todos os lugares. Essa geração que cumpriu o papel de redemocratizar o país está passando o comando para uma nova geração. E isso está ocorrendo naturalmente.
Como avalia a postura do ministro Joaquim Barbosa no julgamento do mensalão? Tem a mesma avaliação de membros do PT de que foi um julgamento político?
É um julgamento que vai ensejar muita discussão doutrinária. Há opiniões muito divididas, na comunidade jurídica, em torno da nova jurisprudência criada. Não vejo como ruim essa discussão, sempre respeitando a questão da institucionalidade.
Os membros da Suprema Corte foram indicados, inclusive pelo governo anterior, e julgaram de acordo com a sua consciência e com o seu conhecimento jurídico. Não faço reparos em relação a isso. 

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