quarta-feira, 30 de março de 2011

Mesmo com câncer, José Alencar manteve o bom humor e o otimismo

Do Jornal da Band pauta@band.com.br

Ao longo dos 14 anos em que enfrentou o câncer, o mineiro José Alencar manteve sempre a esperança, o bom humor e o otimismo - características que faziam parte da vida dele.

No primeiro dia de 2011, Alencar recebeu os jornalistas e disse que se sentia bem e estava pronto para ir à posse da presidente Dilma Rousseff, mas decidiu acatar a recomendação dos médicos de permanecer no hospital. Apesar de tantas internações e uma série de cirurgias, Alencar nunca perdeu o bom humor.

O homem que, em 2003, se tornaria o vice-presidente do Brasil nasceu em 1931 no Distrito de Itamuri, a 17 km da cidade de Muriaé, no interior de Minas Gerais. Começou a trabalhar ainda criança, aos sete anos de idade, e depois virou empresário. Construiu um império no mundo têxtil.

Em 1994, se candidatou ao governo de Minas. Quatro anos depois, elegeu-se senador pelo Estado mineiro com quase três milhões de votos. Embora tenha se candidatado a vice nas eleições de 2002, José Alencar, até então do PL, discordava dos ideais políticos petistas. Declarava que as ações do MST eram um mal para o Brasil e as chamava de invasões. Ao contrário do PT que classificava as ações como ocupações.

Na convenção do partido que formalizou a candidatura de Lula nas eleições, Alencar chegou a ser vaiado por militantes petistas. Em 2004, depois que o então ministro da Defesa José Viegas pediu demissão, Alencar assumiu o cargo. Crítico ferrenho da política econômica brasileira, ele acreditava na potencialidade do Brasil para apresentar índices de crescimento maiores. E reclamava dos juros altos.

Durante os oito anos de governo Lula, Alencar permaneceu no exercício do cargo por mais de 400 dias. O ex-vice-presidente chegou a despachar até mesmo do quarto do hospital onde era atendido.

Ainda de recuperação de uma das cirurgias, Alencar simulou uma queda de braço com o então presidente Lula, mostrando que estava forte para resistir ao câncer. Reconhecendo a gravidade do problema de saúde que enfrentava, chegava a pedir que o povo brasileiro rezasse por ele, mas dizia que não tinha medo da morte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário